domingo, 11 de março de 2007

EROTISMO NAS PRATELEIRAS

27/09/06 - Jotabê Medeiros(...) Outra série ambiciosa é a Coleção Devassa, da Azougue Editorial. Segundo o editor, Sérgio Cohn, a coleção nasceu de uma conversa de bar (o Devassa do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro) entre ele, Ana Luiza Beraba (com quem divide a organização da coleção) e o tradutor Bernardo Esteves, que traduziu o livro Manual de Boas Maneiras para Meninas,de Pierre Louÿs."Estávamos comentando quanto apreciamos literatura erótica, e como as coleções desse gênero no Brasil se restringiam aos livros clássicos, deixando de lado toda a excelente literatura erótica contemporânea. Decidimos, então, criar uma coleção com nossos títulos de predileção. A idéia desta coleção erótica veio, como não poderia deixar de ser, do prazer. No caso, o nosso prazer como leitores de livros eróticos."O mais interessante é que Cohn conseguiu um patrocínio perfeito: uma cervejaria animou-se a bancar toda a série, mas com uma exigência bem definida. "Não nos furtamos à tentação de brincar com a tênue linha entre a correção e a subversão, o moralismo fácil e a ousadia, fazendo uso muitas vezes de projetos culturais para questionar padrões pré-estabelecidos", discursa Cello Macedo, diretor executivo da cervejaria Devassa.Segundo os editores, sua intenção é trazer à tona não só textos inéditos, mas também outros fora de catálogo, raros, underground, alternativos, de vanguarda e malditos que estejam inseridos dentro de um universo erótico-pornô.Diversos livros de teor erótico invadiram as listas de mais vendidos nos últimos anos. É o caso de A casa dos Budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro, Hell - Paris 75016, de Lolita Pille, Cem Escovadas antes de ir para a cama, de Melissa Panarello, e O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha."Agora, da lista acima, apenas o livro do João Ubaldo é estritamente de ficção", diz Sérgio Cohn. "Os outros se propõem a ser relatos mais ou menos verídicos." Segundo o editor, sua nova coleção, com Cassandra Rios, Pierre Louÿs e Almodóvar, aproveita-se de duas vertentes: a imaginação e o voyeurismo.
Jornal: O Estadão

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